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O Último Caparaó

04/06/2010 10:36

Roubos, assassinatos e intrigas eram coisas que os caparaós não entendiam. Foram milhares de anos vivendo nas montanhas sagradas onde nenhum índio que não fosse caparaó conseguiria sobreviver. Esse isolamento tornou os índios extremamente ligados à natureza, seu pacto foi que nenhum ser deveria ser morto se não para matar a fome e nenhuma árvore deveria ser cortada se não para construir seus abrigos e pontes. Enquanto esse pacto fosse mantido, a montanha não permitiria que nada faltasse a seus filhos.

Os caparaós eram tão próximos à natureza que podiam sentir cada vez que uma árvore morria. Os jequitibás eram considerados grandes espíritos protetores que vigiavam as florestas, nada escapava deles.Há cinco séculos, alguma coisa começou a mudar. Gritos vindos do leste, nas antigas terras dos caparaós, acordaram todos os habitantes da serra. Os gritos eram das matas que estavam morrendo, dia após dia durante 12 gerações. Os caparaós observaram das montanhas sagradas o nascer do sol enquanto tentavam descobrir o que estava acontecendo em sua antiga terra, os desesperados gritos das árvores aumentava a cada amanhecer, a ponto de levar toda a comunidade à loucura.Mas este dia chegou quando do alto da montanha sagrada do Cristal, os caparaós puderam ouvir os gritos de um dos colossais jequitibás que guardavam a região desde os tempos de Tamandaré. Quando os gritos do jequitibá cessaram, nenhum outro som por mais alto que fosse parecia ser significante. Os caparaós sabiam que algo de mal se aproximava e a prova foi o aparecimento de bandos puris e até mesmo botocudos nós pés da serra, mas esses,

logo desapareceram. Porém, suas incursões na serra reduziram significantemente o numero de caparaós.Foi quando um de seus guerreiros do Jacutinga viu um grupo de homens diferentes, de pele branca como as garças, cobertos dos pés a cabeça por roupas diversas e coloridas, carregando clavas de fogo. Sobre seus comandos, homens escuros como a noite sem lua, traziam amarrados mulheres e crianças puris.Todos os povoados se reuniram mais uma vez no alto das montanhas sagradas para ver o nascer do sol e dar adeus ao que restou das matas. Até o anoitecer daquele dia os gritos de dor cessariam os índios, agora não superiores a mil indivíduos, se enfileiraram na beira de um dos muitos grotões de pedra a mais de mil metros de altura, na frente da fila. A um palmo do precipício dois guerreiros com seus tacapes nas mãos, atingiam as cabeças dos índios um a um, quebrando seus crânios e lançando os corpos sem vida precipício abaixo.Os guerreiros haviam quebrado o pacto de só matar para comer, então não ouviam mais os gritos das árvores, mas o clima da serra já não era mais tão agradável como antes. Um se jogou do precipício, morrendo imediatamente ao atingir a laje de pedra onde estavam as centenas de índios mortos, o outro guerreiros não teve coragem de tirar sua própria vida, e se emprenhou nas matas e desapareceu, sendo assim o fim da era dos caparaós.

 

 

(Fonte: Lucas Valverde Santanna - Historiador)

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